A disputa pela presidência da CBF, marcada para este domingo (25), intensificou a tensão entre os clubes das Séries A e B e as federações estaduais que apoiam o candidato único, Samir Xaud. Segundo o Lance!., nos bastidores, o clima de desconfiança cresceu, com trocas de mensagens em grupos de WhatsApp e reuniões reservadas revelando um cenário de guerra fria no futebol brasileiro.
O descontentamento entre os clubes é generalizado. Reinaldo Carneiro Bastos, nome com maior consenso entre as agremiações, não conseguiu registrar candidatura por falta de apoio das federações. Em resposta, os clubes entregaram à CBF uma carta exigindo mudanças no processo eleitoral, como a redistribuição dos pesos dos votos. Atualmente, as federações têm peso três, a Série A tem peso dois e a Série B apenas um, somando 81 dos 141 votos totais.
Como forma de protesto, 20 clubes decidiram boicotar a votação. Apesar do gesto simbólico, os dirigentes sinalizam disposição ao diálogo com a futura gestão, desde que haja compromisso com temas prioritários, como a criação da Liga, adoção do fair play financeiro e profissionalização da arbitragem. A crítica principal é a falta de abertura da CBF para construir consenso com os clubes.
Com os clubes articulados e insatisfeitos, cresce o risco de uma ruptura institucional. A criação de uma nova Liga volta a ser discutida com intensidade, e o cenário aponta para um possível confronto direto nos próximos meses. O movimento pode marcar uma virada no modelo de governança do futebol brasileiro.
Samir Xaud, médico de 41 anos, deve ser eleito presidente da CBF com apoio maciço das federações para um mandato de quatro anos, de 2025 a 2029. Sua eleição ocorre sob forte contestação e em meio a uma das maiores crises de representatividade da história da entidade.